Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos

Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos

Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos (PMWS)

Um Desafio para a Suinocultura Moderna

Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos – A suinocultura, essencial para a produção de carne suína em todo o mundo, enfrenta diversos desafios sanitários que podem afetar a saúde dos animais e a lucratividade dos produtores. Entre essas dificuldades, a Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos (PMWS), também conhecida como Circovirose Suína, destaca-se como uma das doenças mais impactantes nas últimas décadas. Esta condição, causada pelo Circovírus Suíno tipo 2 (PCV2), afeta predominantemente leitões em fase de crescimento, levando a altas taxas de mortalidade e severas perdas econômicas.

Neste artigo, vamos explorar a origem, sintomas, transmissão, diagnóstico, prevenção e tratamento dessa síndrome, destacando a importância de estratégias eficazes de controle para mitigar seus impactos.

O que é a Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos (PMWS)?

A PMWS é uma doença causada pelo PCV2, um vírus pequeno e altamente resistente, pertencente à família Circoviridae. Essa síndrome foi descrita pela primeira vez na década de 1990 e rapidamente se espalhou pelo mundo, afetando suínos em diversas regiões. O termo “multissistêmica” refere-se ao fato de que a doença pode comprometer diferentes sistemas do corpo dos suínos, como o sistema respiratório, digestivo, linfático e até mesmo o reprodutivo.

Embora o PCV2 seja o principal agente causador, a manifestação clínica da PMWS depende de fatores como a presença de coinfecções, manejo inadequado, estresse e condições ambientais desfavoráveis. Nem todos os suínos infectados com o PCV2 desenvolvem a doença, o que indica a complexidade do seu desencadeamento e a importância do equilíbrio entre a resposta imune do animal e a pressão infecciosa.

Sintomas e Evolução da Doença

Os sinais clínicos da PMWS são mais evidentes em leitões entre 6 e 14 semanas de idade. Os sintomas incluem:

  • Perda de peso progressiva: A característica mais marcante da doença é o emagrecimento gradual e severo, mesmo que os animais continuem com apetite normal.
  • Icterícia: Um sinal visível de comprometimento hepático, resultando em uma coloração amarelada na pele.
  • Dificuldade respiratória: A tosse, respiração ofegante e estertores são comuns, indicando comprometimento pulmonar.
  • Linfoadenopatia: Inchaço dos linfonodos, especialmente os situados na região inguinal e submandibular.
  • Letargia e apatia: Os animais afetados apresentam comportamento apático, se isolam e mostram desinteresse em atividades.

A evolução da PMWS pode ser rápida e, em muitos casos, fatal. A mortalidade pode variar entre 5% e 20% nas granjas afetadas, mas em surtos graves pode ultrapassar 50%, resultando em grandes prejuízos econômicos.

 

Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos
Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos

Transmissão e Fatores de Risco

O PCV2 pode ser transmitido de várias maneiras, sendo as mais comuns:

  • Contato direto: O vírus é excretado por meio de secreções respiratórias, urina, fezes e leite de animais infectados, facilitando a disseminação entre suínos na mesma granja.
  • Fômites: Equipamentos, roupas e materiais utilizados na criação podem atuar como vetores passivos, carregando o vírus e facilitando a contaminação.
  • Via transplacentária: Porcas gestantes infectadas podem transmitir o vírus aos fetos, resultando em abortos, natimortos ou leitões debilitados ao nascimento.

A presença de coinfecções, como Mycoplasma hyopneumoniae, vírus da Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS) e outros patógenos, amplifica a gravidade da PMWS. Além disso, práticas de manejo inadequadas, superlotação, má ventilação e altos níveis de estresse são fatores que contribuem para a manifestação clínica da doença.

Diagnóstico

O diagnóstico da PMWS é complexo e envolve uma combinação de critérios clínicos, patológicos e laboratoriais. A identificação dos sintomas característicos, associada à análise histopatológica de tecidos (como os linfonodos, fígado e pulmões), é fundamental para suspeitar da doença. A presença de lesões específicas, como inflamação granulomatosa e atrofia linfóide, reforça a suspeita.

Para confirmação definitiva, testes laboratoriais como PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) são empregados para detectar o DNA do PCV2 nos tecidos afetados. Além disso, a imunohistoquímica pode ser utilizada para localizar o vírus em amostras de tecidos.

Prevenção e Controle

A prevenção da PMWS requer uma abordagem integrada que combine medidas de manejo, biossegurança e vacinação. A seguir, exploramos as principais estratégias de controle:

  1. Vacinação: A introdução de vacinas contra o PCV2 revolucionou o controle da PMWS. A vacinação das porcas e dos leitões reduz significativamente a carga viral, a disseminação do vírus e a manifestação clínica da doença. A eficácia das vacinas disponíveis no mercado é alta, e seu uso é amplamente recomendado como uma das principais ferramentas de controle.
  2. Manejo e biossegurança: Garantir um ambiente adequado, com ventilação, densidade populacional controlada e boa higiene, é essencial para minimizar o estresse e a propagação do vírus. Medidas como o “all-in/all-out” (entrada e saída total dos animais por lote) também são fundamentais para quebrar o ciclo de transmissão.
  3. Controle de coinfecções: A prevenção e tratamento de outras doenças suínas, como a pneumonia enzoótica e a PRRS, são cruciais para evitar que o sistema imunológico dos suínos fique comprometido e mais suscetível à PMWS.
  4. Biossegurança rigorosa: A limitação da entrada de visitantes e a adoção de medidas rigorosas de higiene (uso de roupas e calçados exclusivos dentro das instalações, desinfecção constante) são práticas que ajudam a impedir a introdução e a propagação do PCV2.

Tratamento

Até o momento, não há tratamento específico para a PMWS. O manejo terapêutico se concentra em aliviar os sintomas, tratar coinfecções bacterianas secundárias e melhorar o conforto dos animais afetados. Antibióticos de amplo espectro são frequentemente utilizados para conter infecções secundárias. No entanto, uma vez que um animal apresenta sintomas avançados da síndrome, as chances de recuperação são baixas, o que reforça a importância da prevenção.

Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos
Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos

Impactos Econômicos

A PMWS é uma das doenças suínas com maior impacto econômico global. Além das perdas diretas por mortalidade, há também impactos indiretos, como o aumento do custo de produção devido ao uso de vacinas, tratamentos, medidas de biossegurança adicionais e o manejo diferenciado dos lotes afetados. As granjas que enfrentam surtos graves da doença frequentemente observam quedas na produtividade, aumento do índice de refugagem e redução do ganho de peso dos suínos, prejudicando o desempenho geral da criação.

Considerações Finais

A Síndrome Multissistêmica de Definhamento dos Suínos continua sendo uma preocupação relevante na suinocultura. Embora os avanços na vacinação tenham reduzido significativamente a prevalência e a gravidade dos surtos, a natureza multifatorial da doença exige uma vigilância constante e uma abordagem integrada de controle. A manutenção de práticas de biossegurança rigorosas, o manejo adequado e o monitoramento contínuo são fundamentais para minimizar o impacto dessa doença no rebanho.

Ao compreender os desafios impostos pela PMWS e adotar estratégias proativas de prevenção, os suinocultores podem mitigar os efeitos dessa síndrome devastadora, garantindo a saúde do rebanho e a sustentabilidade da produção suína.

 

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